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Inadimplência escolar: estratégias simples e infalíveis para reduzir

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11 minutos
Uma mão segurando uma sequência de objetos caindo, representando os desafios de como reduzir a inadimplência escolar.
28 de julho de 2017

Embora uma instituição de ensino tenha como foco principal proporcionar uma educação de qualidade, é importante lembrar que ela também precisa operar de forma sustentável para garantir sua continuidade. Sem uma gestão financeira sólida, fica difícil para a escola cumprir sua missão educacional. E um dos grandes desafios nesse aspecto é a inadimplência escolar.

Neste artigo, discutiremos os impactos da inadimplência e apresentaremos estratégias práticas para lidar com esse problema, ajudando sua instituição a manter a saúde financeira enquanto continua a oferecer um ensino de excelência. Acompanhe e saiba mais!

O que é a inadimplência escolar?

Inadimplência escolar é quando os pais ou responsáveis não conseguem manter os pagamentos em dia, como as mensalidades e outras taxas escolares. Esse problema é bem comum e pode afetar seriamente a gestão financeira das escolas.

Quais são as principais consequências da inadimplência escolar?

A inadimplência escolar traz uma série de desafios que vão muito além das questões financeiras. Quando as famílias não conseguem manter o pagamento das mensalidades em dia, as escolas enfrentam dificuldades para manter a qualidade do ensino

Isso acontece porque o fluxo de caixa reduzido impacta diretamente na capacidade de investimento em infraestrutura, materiais didáticos e pagamento dos professores, o que compromete a experiência educacional dos alunos.

Além disso, a inadimplência coloca uma pressão adicional sobre as famílias, que muitas vezes precisam renegociar dívidas ou cortar outras despesas essenciais para tentar manter os filhos na escola. Essa situação pode gerar estresse e instabilidade, afetando o bem-estar familiar. 

Em alguns casos, para compensar os prejuízos, as instituições de ensino se veem obrigadas a aumentar as mensalidades ou criar novas taxas, o que pode agravar ainda mais a situação para outras famílias.

Outro problema gerado pela inadimplência é a evasão escolar. Quando as famílias não conseguem arcar com as mensalidades, acabam transferindo os filhos para escolas públicas ou, em casos mais graves, retirando-os da escola por completo.

Isso prejudica o futuro educacional dos alunos e provoca uma queda no número de matrículas nas escolas particulares.

Por fim, a gestão escolar também sofre com a inadimplência. As escolas precisam dedicar tempo e recursos para gerenciar cobranças e negociações, desviando o foco da sua principal missão, que é oferecer uma educação de qualidade. Essa situação desgasta a relação entre escola e família, além de sobrecarregar a administração.

Quais são as causas da inadimplência escolar?

A inadimplência escolar pode surgir por diversos motivos, principalmente relacionados a desafios econômicos e administrativos.

A situação financeira das famílias é um dos principais fatores, com dificuldades como perda de emprego e despesas inesperadas que dificultam a realização dos pagamentos em dia, especialmente em crises econômicas.

Outro motivo a ser destacado é a falta de planejamento financeiro. Muitas famílias subestimam os custos educacionais, como taxas extras e material escolar, resultando em dificuldades para cumprir com as mensalidades.

A percepção de uma queda na qualidade do ensino também pode desmotivar os pais a manter os pagamentos em dia, principalmente se houver problemas na gestão escolar.

Questões administrativas, como erros na cobrança ou falta de clareza nos contratos, causam confusão e atrasos. Por último, despesas prioritárias, como saúde e moradia, é mais um motivo que levam as famílias a sacrificar os pagamentos escolares para atender a necessidades básicas.

Como a legislação trata a inadimplência escolar?

A Lei Nº 9.870, de novembro de 1999 é a legislação que estabelece critérios e normas para casos relacionados à inadimplência escolar. O texto dispõe que as escolas têm o direito e o dever de cobrar inadimplentes e que podem acionar a justiça quando a dívida for maior que 90 dias de atraso.

Instituições de ensino podem cancelar a matrícula de alunos inadimplentes, mas não podem fazer isso durante o período de aulas. Ou seja, é preciso esperar até o final do ano letivo para desligar o aluno, mesmo que a família tenha parado de pagar as mensalidades nos primeiros meses do ano.

Um aspecto que é imprescindível a ter em mente, consta na lei, e que escolas precisam se atentar é que em hipótese alguma pode-se constranger ou divulgar o nome de famílias, ou alunos em situação de inadimplência.

Como reduzir a inadimplência escolar?

Para criar ações para reduzir a inadimplência escolar, é essencial tomar dois tipos de ação. São elas: prevenção em relação a atrasos e não pagamentos, e ações de cobrança quando essa situação efetivamente acontece. Leia agora nossas dicas para atuar de maneira eficiente nesses dois sentidos.

1. Opte pelo boleto bancário como método de pagamento

Disponibilizar o pagamento das mensalidades via boleto bancário é uma estratégia eficiente, já que a maioria das pessoas está habituada a utilizar esse recurso. A praticidade do boleto se destaca, especialmente porque ele pode ser pago online, sem a necessidade de deslocamentos ou filas em bancos. 

É por isso que adotar esse método possibilita que as escolas reduzam a inadimplência, pois ele facilita a vida dos responsáveis.

2. Use múltiplos canais de comunicação

As preferências de comunicação variam de pessoa para pessoa. Alguns pais e responsáveis visitam regularmente o portal do aluno, enquanto outros monitoram seus e-mails diariamente.

Há também aqueles que ainda preferem receber correspondências tradicionais via correio, e muitos são mais responsivos a notificações enviadas para o celular.

Portanto, é fundamental diversificar os canais de comunicação para o envio de boletos e lembretes sobre o vencimento das mensalidades. Ao garantir que cada responsável receba as informações no canal que utiliza com mais frequência, você aumenta a chance de evitar atrasos e inadimplência na sua instituição.

3. Estabeleça diretrizes claras para o pagamento

Para reduzir a inadimplência escolar, é fundamental estabelecer diretrizes claras durante o processo de matrícula. Explique detalhadamente aos pais e responsáveis o valor das mensalidades e as formas de pagamento aceitas pela instituição.

Além disso, informe com precisão os prazos de vencimento e as penalidades aplicáveis em caso de atrasos ou falta de pagamento. Fornecendo todas essas informações, os responsáveis poderão planejar o orçamento familiar com antecedência.

4. Desenvolva um programa de incentivos para adimplência e desempenho

Criar um programa de incentivos pode ser uma estratégia eficaz para promover tanto a adimplência quanto o bom desempenho acadêmico. Ofereça recompensas para os responsáveis que mantêm os pagamentos em dia, como descontos na matrícula do próximo ano ou participação em sorteios de itens úteis, como uniformes e materiais.

Simultaneamente, inclua também a possibilidade de que alunos com boas notas e alta frequência nas aulas acumulem pontos. Esses pontos, somados aos dos pagamentos em dia, podem ser trocados por benefícios ao final do ano letivo, como a isenção de uma mensalidade ou materiais escolares.

5. Envie lembretes para os clientes

Muitas vezes, o atraso ocorre simplesmente porque o responsável esqueceu a data de vencimento. Enviar um SMS ou e-mail antes do prazo pode ajudar a evitar esses esquecimentos e garantir que o pagamento seja feito dentro do prazo. Uma simples mensagem pode fazer toda a diferença na redução de inadimplência.

6. Automatize processos e centralize informações

A adoção de softwares e sistemas de gestão permitem que os responsáveis acessem o portal do aluno para gerar boletos, inclusive os vencidos. Além disso, a centralização de todas as informações dos alunos em uma única plataforma viabiliza um acompanhamento detalhado das situações financeiras. 

Isso torna mais fácil identificar quem está inadimplente e quem está em dia, possibilitando a criação de planos de ação rápidos para evitar o acúmulo de atrasos e juros.

7. Classifique os alunos em grupos distintos

Entender que cada aluno possui um perfil financeiro diferente é crucial para uma boa gestão escolar. Alguns dependem exclusivamente dos próprios recursos para pagar a mensalidade, enquanto outros contam com o apoio dos pais.

Entre esses grupos, há aqueles que frequentemente atrasam o pagamento, enquanto outros têm inadimplências ocasionais ou dívidas acumuladas por mais de um mês.

Organizar os alunos em grupos com base em seus padrões de pagamento, valor das dívidas, renda familiar, e comportamento financeiro é uma estratégia valiosa.

Isso porque essa segmentação auxilia na criação de abordagens personalizadas para negociação, com soluções adequadas às particularidades de cada grupo e, consequentemente, aumentando as chances de resolução das pendências financeiras.

8. Desenvolva abordagens estruturadas para cobranças

Para que as cobranças sejam feitas de maneira adequada e sem comprometer o relacionamento com alunos e responsáveis, é importante criar um roteiro bem definido. Esse roteiro deve orientar a forma como as cobranças serão realizadas, garantindo que o processo seja profissional e respeitoso.

Defina quem será responsável por essas cobranças e estabeleça uma abordagem padronizada, levando em conta o perfil do aluno, o valor da dívida e o tempo de inadimplência.

É essencial entender as razões do atraso e se comunicar diretamente com a pessoa responsável pelo pagamento. Realize essa conversa de maneira cuidadosa e sempre de forma privada, evitando qualquer constrangimento para o aluno.

9. Terceirize a cobrança de mensalidades atrasadas

Lidar com a cobrança de mensalidades atrasadas pode ser uma tarefa delicada, especialmente quando os pais procuram a direção da escola para discutir suas dificuldades. Embora cada caso mereça atenção, é necessário equilibrar a preocupação com o bem-estar do aluno e as necessidades financeiras da escola.

Para evitar dilemas nessa questão, considere terceirizar a cobrança dos atrasados para um departamento especializado ou uma empresa externa, que cuide exclusivamente das finanças da instituição.

Outra opção é implementar um sistema de gestão financeira que automatize as cobranças, mantendo a relação pessoal distante do processo e protegendo o fluxo de caixa da escola.

10. Renegocie os débitos

Cobrar dívidas sem levar em conta a atual situação financeira das famílias pode ser contraproducente e até aumentar a inadimplência. Para melhorar a eficácia das ações de cobrança, é importante oferecer renegociações que se alinhem às possibilidades financeiras dos responsáveis.

Ofereça várias opções de pagamento, como cartão de crédito, débito automático, cheque ou boleto. Além disso, dialogue com o responsável pela dívida para encontrar uma solução que permita o parcelamento em condições acessíveis.

Ao adaptar os termos de pagamento à realidade de cada família, você aumenta as chances de recuperar os valores devidos, evitando futuros processos judiciais que poderiam ser prejudiciais tanto para a relação com os pais quanto para as finanças da instituição.

Como um sistema de gestão financeira escolar pode ajudar?

Um sistema de gestão, além de automatizar processos financeiros, tornando-os mais práticos e fáceis, colaboram para reduzir a inadimplência escolar ao oferecer funcionalidades que trazem mais transparência sobre a situação financeira de um estudante.

Isto é, por meio do sistema, pais e responsáveis podem verificar o histórico de pagamento das mensalidades, emitir segunda via de boletos e realizar uma série de ações que os ajudarão a lembrar de realizar o pagamento.

Um sistema de gestão é um excelente aliado para aprimorar a comunicação da escola com as famílias e trazer mais eficiência e agilidade para esses processos de ordem administrativa e financeira.

Quais são as perguntas frequentes sobre inadimplência escolar?

Acompanhe algumas dúvidas comuns sobre o tema e veja como lidar com a inadimplência escolar em situações específicas.

Escola particular pode recusar a matrícula de um aluno que possui débitos?

Uma escola particular tem o direito de negar a matrícula a um aluno que esteja com pendências financeiras. Isso está respaldado pelo Art. 5º da Lei 9.870/99, que regulamenta as anuidades escolares. 

Segundo esse artigo, os alunos que já estão matriculados têm o direito de renovar suas inscrições, exceto em casos de inadimplência, desde que respeitado o calendário escolar, o regimento interno da instituição ou as cláusulas contratuais.

Escolas particulares podem se negar a aplicar provas ou reter documentos de alunos com débitos?

As instituições de ensino não podem impor constrangimentos aos alunos ou aos responsáveis por falta de pagamento. O Art. 42 do Código de Defesa do Consumidor (Lei 8.078/90) proíbe que o consumidor inadimplente seja exposto a situações humilhantes ou a qualquer tipo de pressão. 

Ademais, a Lei 9.870/99, que regula as anuidades escolares, no seu Art. 6º, veta a suspensão de provas, a retenção de documentos escolares ou qualquer outra sanção pedagógica devido a inadimplemento. 

Caso o débito persista por mais de noventa dias, a instituição deve seguir as disposições legais e administrativas, conforme o Código de Defesa do Consumidor e os artigos 177 e 1.092 do Código Civil Brasileiro.

Escolas privadas podem recusar a transferência de alunos que estejam com débitos pendentes?

Não, instituições de ensino particulares não podem negar a emissão de documentos necessários para a transferência de um aluno para outra escola, mesmo que haja pendências financeiras. 

O Art. 5º, § 2º, da Lei 9.870/99 estabelece que as escolas devem fornecer os documentos de transferência a qualquer momento, independentemente da situação financeira do aluno ou das medidas legais tomadas para cobrar débitos.

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